sábado, 1 de novembro de 2008

Há 253 anos Lisboa tremeu...


Às 9 horas e 40 minutos do dia 1 de Novembro de 1755 Lisboa tremeu durante 17 longos minutos. Durante 24 horas sentiram-se inúmeras réplicas enquanto toda a Baixa ardia e toda a zona ribeirinha sucumbia debaixo de um forte tsunami.
Durante muitos anos se tem discutido sobre o epicentro e a magnitude deste sismo. No entanto não há dúvidas quanto à intensidade na escala de Mercalli (escala qualitativa, fechada, que vai do grauI, sismo imperceptível, até XII que corresponde à destruição total). Fruto de inquéritos realizados pelo Marquês de Pombal e onde se inquiria a população:
  • quanto tempo demorou o sismo
  • quantas réplicas se sentiram
  • que danos causou
  • como reagiram os animais
  • o que aconteceu à água dos poços
Os resultados destes inquéritos, que ainda permanecem na Torre do Tombo, permitiram mapear a cidade quanto ao grau do sismo nas várias zonas da cidade 


Também foi possível, com os resultados destes inquérito desenhar as isossistas (linhas que unem locais em que o sismo foi sentido com a mesma intensidade em todo o país).

Como se vê aqui em Braga foi sentido com o grau V que é descrito da seguinte forma "A maior parte das pessoas sente o movimento. As pessoas adormecidas acordam. As portas fazem barulho, os pratos partem-se, os quadros mexem-se, os objectos pequenos deslocam-se, as árvores oscilam, os líquidos podem transbordar de recipientes abertos."

O grau de um sismo na escala de Mercalli, como sabem, depende de:
  • energia libertada no epicentro;
  • distância ao epicentro;
  • profundidade do epicentro;
  • natureza do subsolo (que pode absorver ou desviar as ondas sísmicas).
A magnitude de um sismo mede-se na Escala de Richter, uma escala logarítmica, aberta em que a variável independente, E, é a energia libertada (em Joules).
A magnitude M é dada por: M=0,67 logE - 3,25. Como vimos na aula, se a magnitude de dois sismos diferem de duas unidades, a energia libertada pelo mais forte é 1 000 vezes superior à libertada pelo mais fraco.



Hoje os sismólogos conseguem determinar com precisão o epicentro de um sismo bem como a sua magnitude. Mas relativamente ao sismo de 1755 durante muito tempo se discutiu qual a sua magnitude e onde se situou o seu epicentro. Em 2003, a equipa do Instituto Superior Técnico liderada pelo sismólogo João Fonseca publicou no Seismological Society of America conclusões sobre o estudo do epicentro deste grande sismo: defenderam que não houve apenas um mas dois sismos: o primeiro, com epicentro no Banco de Goringe,a 350 km de Lisboa e um outro desencadeado pelo primeiro, de menor magnitude, e que resultou da rotura da Falha Inferior do Tejo.




Outras teorias sobre o epicentro do sismo de 1755 aqui.

1 comentário:

Coisas e Variedades disse...

Olá!!



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bj

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